ISBN 978-65-89014-02-7
2021, 1ª edição, 400 p., 16 x 23 cm
DESCRIÇÃO
Certos livros abordam temas tão férteis, que fazem com que seus leitores, ao lado do conhecimento que vão acumulando em sua leitura, sintam-se em uma fascinante viagem trans-histórica, levados de um lado a outro entre espaços e tempos. São livros que abrem horizontes, ao invés de fechá-los, permitindo que de suas páginas guardem-se menos as conclusões do que o ímpeto de seguir por trilhas e rastros deixados ao longo da narrativa. São livros que guardam algo do ensinamento do poeta e, antes de tudo, manifestam e atiçam o desassossego e a curiosidade, próprias da atividade de pesquisa.
Cidade, sociabilidade e patrimônio: as capitais no império português e no Brasil é uma obra dessa natureza, cujas frases e questões ficam, como pirilampos, reverberando a cada texto, a cada travessia, nesse imenso mar de culturas luso-brasileiro, caudaloso e complexo. De fato, parece inspirar-se no vasto império português, que enfoca a partir sobretudo dos séculos XV–XVI, com a ocupação das ilhas da Madeira e dos Açores, atravessando, em suas quatrocentas páginas, reinos, povos, temporalidades e geografias.
O tema que lhe dá sustentação é a ideia de cidade-capital e dos atributos que, em um feixe de cidades, uma delas foi capaz de mobilizar para que fosse reconhecida como a cidade principal de um reino, de uma nação, de um império. A obra, assim, interroga-se sobre o capital das capitais, sobre sua capitalidade. Nela, o Brasil é duplamente situado. As posições de suas principais cidades – Salvador e Rio de Janeiro, mas também São Luís e Belém – podem ser vistas e comparadas tanto nas estratégias geopolíticas e comerciais do império português até o século XVIII quanto, mais tarde, na nação independente, desde o século XIX até Brasília.
O conjunto de suas contribuições nos permite meditar sobre a implementação de instrumentos, hipóteses e sistemas de organização de povoações e regiões, bem como de governo, que foram pensados e experimentados no além-mar português e mesmo no reino. Pode-se dizer que tal conjunto, pelas questões que contempla direta ou indiretamente – a Amazônia, a escravidão, o estatuto da propriedade das terras americanas e o direito dos índios, a tolerância religiosa ou, enfim, a construção e o declínio de impérios –, ao falar do passado, insere a história e a memória no presente e na vida. É, em suma, livro de atualidade. — Margareth da Silva Pereira
Textos de
Aluísio Gomes Lessa | Antonieta Reis Leite | Cláudia Damasceno Fonseca | Fernando Pires | Guilherme Meirelles Mesquita de Mattos | José Pessôa | Larissa Viana | Laurent Vidal | Luísa Trindade | Maria Alexandre Lousada | Maria Fernanda Bicalho | Pedro Cardim | Renata Malcher de Araujo | Thiago Krause | Walter Rossa.
Sumário ¯ Apresentação ¯
A Contra Capa, fundada como livraria em 1992, iniciou suas atividades editoriais em dezembro de 1995. Essas atividades, baseadas inicialmente em suas áreas de especialização, se diversificaram e, hoje, incluem a edição de livros de arquitetura, artes plásticas, cinema, ciências humanas, crítica literária, filosofia, fotografia, história, literatura, poesia, psicanálise e teatro.
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