Prefácio de Betty B. Fuks
ISBN 978-65-89014-20-1
2023, 1ª edição, 260 p., 16 x 23 cm
DESCRIÇÃO
Admite-se, até mesmo parte significativa daqueles contrários a ela, que a psicanálise, criada por Sigmund Freud no alvor do século xx, não apenas redefiniu pela fala o tratamento do mal-estar, da angústia e das afecções tanto psíquicas quanto corporais, como também se tornou um manancial para lidar com os impasses da cultura e da civilização humanas. Menos reconhecido, todavia, é o entendimento de que ela é necessariamente parcial e incompleta, e de que boa parte de sua força provém dos limites com que os psicanalistas se deparam e das abstinências a que devem aquiescer.
Esta coletânea, provocada pela experiência clínica, retoma e reelabora parte da produção de Claudia de Moraes Rego já publicada, à luz de ensaios sobre questões contemporâneas, escritos no contexto institucional de reflexão e transmissão da experiência psicanalítica a que pertence. Valendo-se da literatura e de amplo rol de áreas do saber, ela não se furta quer a uma visada interdisciplinar (discursiva, e não de sua forma de tratamento), quer a uma apreciação histórica (como as clínicas públicas dos anos 1920 e o manuscrito censurado de Freud sobre o presidente norte-americano Thomas W. Wilson) e política (com destaque para os papéis das reivindicações de gênero, das utopias, da esquerda e de uma eventual militância) acerca das vicissitudes hoje enfrentadas por aqueles que se dedicam à presença da psicanálise no mundo.
Nas páginas que se seguem, apreende-se, sem demora, um vívido sopro afeiçoado aos legados de Freud e de Jacques Lacan, cujos Leitmotiven nos fazem – tal como as associações que, livres, trabalham o discurso do analisante – lembrar que a intraduzibilidade da vida não nos exime da escolha de por quais vias abertas por outros mais vale caminhar, nem impede o entusiasmo e a chance de que ela seja satisfatoriamente vivida. Isso, retomado de modo ensaiado e ensaístico pela autora em sua escrita, tem por hábito eternizar-nos o que, na condição de traços, foi de início apenas transitório.
Claudia de Moraes Rego
Psicanalista. Membro da Escola Letra Freudiana. Doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Autora de No chão (1989), A pequena morte e outros poemas (1992) e Traço, letra, escrita: Freud, Derrida, Lacan (2006)..
Sumário ¯ Introdução ¯
A Contra Capa, fundada como livraria em 1992, iniciou suas atividades editoriais em dezembro de 1995. Essas atividades, baseadas inicialmente em suas áreas de especialização, se diversificaram e, hoje, incluem a edição de livros de arquitetura, artes plásticas, cinema, ciências humanas, crítica literária, filosofia, fotografia, história, literatura, poesia, psicanálise e teatro.
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